AUTORIDADE X RESPONSABILIDADE

Há uma história de um homem que foi nomeado mandarim, uma espécie de conselheiro na China. Envaidecido com a nova posição, pensou em mandar confeccionar roupas novas. Seria um grande homem, agora. Importante. Um amigo lhe recomendou que buscasse um velho sábio, um alfaiate especial que sabia  dar  a  cada cliente o corte perfeito.
Depois de cuidadosamente anotar todas as  medidas  do  novo  mandarim, o alfaiate lhe perguntou há quanto  tempo  ele  era  mandarim. A informação era importante para que ele pudesse dar o talhe perfeito à roupa. Ora, perguntou o cliente, o que isso tem a ver com a medida do meu manto?
Paciente, o alfaiate explicou: “a informação é preciosa. É que um mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que anda com  o nariz erguido, a cabeça levantada. Nesse caso, preciso fazer a parte da frente maior que a de trás.
Depois de alguns anos, está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos de sua experiência. Torna-se sensato e olha para diante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito em seguida. Para esse costuro um  manto  de modo que fiquem igualadas as partes da frente e a de trás. Mais tarde, sob o peso dos anos, o corpo está curvado pela idade e pelos trabalhos exaustivos, sem  falar  na  humildade que adquiriu pela vida de esforços. É o momento de eu fazer o manto com a parte de trás mais longa.
Portanto, preciso saber há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente perfeitamente.” O  homem saiu da loja pensando muito mais nos motivos que levaram seu amigo a lhe indicar aquele sábio alfaiate, e menos no manto que viera encomendar.
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Cargos e funções, são sempre responsabilidades que nos são oferecidas pela divindade para nosso progresso. Não há motivo para vaidade, acreditando-se superior ou melhor que os outros.

Quando Pilatos assegurou a Jesus que tinha o poder de vida e morte, e que em suas  mãos estava o destino de suas horas seguintes, o Mestre alertou-o dizendo:  “Procurador,  a  autoridade  de  que  desfrutas não é tua; foi-te concedida e poderá ser-te retirada.”
De fato isso veio a acontecer.
Apenas poucos anos após a morte de Jesus, o poder de Roma retirou do procurador da Judéia, Pôncio Pilatos, toda a autoridade. Ele perdeu o cargo, o prestígio, e tudo que acreditava fosse eterno em suas mãos.
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Toda autoridade deve se centralizar no amor e na vida exemplar, a fim de se fazer real.
A autoridade  de  que  nos vejamos investidos deve ser exercida sem jamais ferir a justiça. No desempenho dos  nossos  deveres,  recordemos  que  só uma autoridade é soberana: aquela que procede de Deus, por ser a única legítima.

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