CHEIA DE MAJESTADE

Comecei a frequentar os cultos uma vez por semana nas tardes de quartas-feiras. Ia acompanhando minha mãe, meio forçada, pois a igreja ficava quase dois quilômetros de casa, numa “bela” subida, e sempre tinha o sol forte, pois o culto começava às quinze horas. Mas eu ia, e lá Deus começou a falar comigo através da Palavra, do louvor, e foi dando um outro rumo na minha vida espiritual, uma nova visão do amor imenso, da salvação de minha alma.
Anos depois e eu não me decidia no batismo, ainda ficava com o pé na outra canoa, até que um belo dia Deus falou-me pessoalmente. Lembro-me que o pastor pregava sobre ferro do machado que tinha caído na água e era emprestado, e ele clamou ao profeta, dizendo: Ai, meu senhor! Ele era emprestado (II Rs 6.5). As palavras eram ditas diretamente para mim, toda a mensagem. Parecia que o pastor estava lendo os meus pensamentos, foi então que ele fez o apelo, a decisão, de deixar Jesus ser o dono de sua vida (pois a vida nos é apenas emprestada).
Eu não queria assumir compromisso, não queria ser crente! Mas o pastor repetia: “levante-se e venha, que Jesus te chama”. E eu lá colada ao banco, não querendo ouvir a voz do pastor, fingindo que não era comigo. Até que, de repente, uma voz mansa e suave falou no meu ouvido: “Por que você não vem, se eu estou te chamando?”. Eu fiquei apavorada, não entendia, não sabia o que estava acontecendo, era muito bom, chorava e tremia toda, e ainda fiquei no mesmo lugar, e Deus falou novamente e eu na mesma resistência.
Então, pela terceira vez o Senhor repetiu a frase “Por que você não vem, se eu estou te chamando?”. Neste momento eu ainda chorando e tremendo, corri então até o altar e diante da igreja eu aceitei ao Senhor como o meu Salvador e queria ser batizada.
A partir desse dia, Deus continuou a falar no meu ouvido com Sua voz linda, suave e tão amada que nunca me esquecerei. Bem diz o salmista: “A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade (Sl 29.4). Ela mudou a minha vida completamente.

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