JOÃO, O PEIXEIRO

À beira mar morava o João Peixeiro. Na rua era motivo de zombaria de todos, pois gastava o produto de seu trabalho no botequim bebendo pinga. Saía cambaleando e demorava até chegar a casa. Seus filhos, quando o viam aproximar-se, depois de mais um dia desventurado, atropelavam-se em fuga. Não acontecia o mesmo com a pobre esposa que era um “saco de pancadas”. Mas ela aguentava tudo por amor aos filhos.
Um dia João Peixeiro ouviu uma pregação. Cantavam os crentes, e o pregador leu o capítulo 3 do Evangelho de João. O pescador ouviu atentamente a pregação, apesar do seu estado de embriaguez. O amor de Deus alcançou aquele coração nessa mesma tarde, e ele comovido até as lágrimas, atendeu ao apelo. Foi chorando que João Peixeiro disse que queria aceitar a Cristo como Salvador e mudar a sua vida. Logo os crentes o cercaram de atenção e ali mesmo ele foi doutrinado sobre a excelência da salvação.
Agora João Peixeiro era uma nova criatura. Tal qual Nicodemos, ele recebeu a lição de Jesus: “Importa nascer de novo…” João tinha nascido de novo.
A caminho de casa, sua mulher e filhos, preparavam-se para os acontecimentos costumeiros. Mas ele começou a gritar de longe:
– Não corram, meninos, não fujam, não se escondam! Não é mais o João cachaceiro que está se aproximando. O velho João morreu. Eu agora sou nova criatura. Sim. Não corram. Eu sou o novo João!

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