MUDANÇA DE ATITUDE

“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” (II Corintios 4:16) Certo dia uma senhora chegava em casa de uma das consultas médicas e disse aos familiares: – Pedi franqueza aos meus médicos e que não me poupassem de saber a verdade sobre meu estado de saúde. Eu sinto que me resta pouco tempo. Diante dos olhares ansiosos, ela continuou: – Eles me revelaram que sou portadora de uma moléstia incurável e que tenho poucos dias de vida. – E a senhora nos conta isso com essa naturalidade? – perguntou uma das filhas, em prantos. Continuou a senhora, com muita serenidade: – Ora, eu tenho um bom tempo para fazer tudo que já devia ter feito há muito tempo atrás. Vou arrumar toda a minha casa, colocarei belas cortinas em todas as janelas, assim, elas me impedirão de ficar olhando a vida alheia. Todos os dias tirarei o pó da casa e durante esse trabalho pensarei: ‘Estou me livrando das sujeiras que guardei do passado.’ E continuou: – Vou deixar todos os meus armários organizados, guardarei o que realmente uso e o resto jogarei fora ou doarei a quem precisa. Evitarei assistir ou escutar más notícias. Vou alimentar o meu espírito com leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocas e não criticarei mais ninguém. Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei. Fez uma pausa e continuou: – Todas as noites agradecerei a Deus por tudo que estarei conseguindo fazer nestes dias que me restam. Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma: ‘O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor?’ Farei de tudo para transmitir felicidade àqueles que de mim se aproximarem. E a cada dia que passar farei pelo menos uma boa ação, portanto, quando eu fechar os olhos para nunca mais abri-los, eu terei feito inúmeras boas ações. Todos que a ouviam, pouco a pouco se retiraram dali, indo cada um para um canto, chorar sozinho. A mulher ali ficou e nos seus olhos havia um brilho de alegria. Dizia ela a si mesma: – Não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta. A minha tarefa de casa é grande, porém vale a pena todo qualquer esforço. Vou conseguir realizar. Quero transformar meu mundo interior. Vou me tornar uma pessoa totalmente diferente do que fui até ontem. O mais curioso e extraordinário dessa história foi o que aconteceu. Ela conseguiu cumprir plenamente todos os compromissos que tinha assumido consigo mesma. Dos poucos dias de vida que restava a ela, viveu por mais longos e saborosos 23 anos. Ela curou a sua própria alma. A sua moléstia desapareceu. Ela morreu de velhice..

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