NÃO HÁ NADA IMPOSSÍVEL PARA DEUS

Muitos anos atrás, dois estranhos se achavam numa rua de Plymouth, na Inglaterra. Era meia-noite, e o grande relógio da cidade soava as horas. Onze. Doze. Treze! Os dois homens discutiram o esquisito fenômeno por um momento, depois foi cada um para sua direção.
Várias semanas depois, o capitão Jarvis, um dos homens, despertou de manhã cedo, com a forte impressão de que devia fazer alguma coisa. Levantou, vestiu-se e desceu as escadas. Diante da porta, o soldado que o servia estava com o cavalo selado e pronto para montar. Intrigado, o capitão Jarvis montou e afastou-se. Não tinha ideia quanto ao lugar a que devia ir, nem por que, de modo que afrouxou as rédeas no pescoço do animal, deixando seguir para onde quisesse.
No lugar de embarque, o barqueiro estava pronto para atender passageiros. Sentira-se impressionado de ser necessário ali. Do outro lado do rio, montou e prosseguiu. Numa das maiores cidades, perguntou se havia algo especial ali, e lhe foi dito que um homem estava sendo julgado por crime de homicídio.
Dirigindo-se apressadamente para o tribunal, o capitão entrou justamente quando o juiz perguntava ao prisioneiro:
– Tem você alguma coisa a alegar em seu favor qualquer coisa?
– Não tenho nada a dizer, senhor, senão que sou inocente.
E contou então a história do relógio que batera treze horas em vez de doze e como outro homem observava esse fato além dele.
– Esse homem poderia provar que eu estava ali (no próprio momento em que foi cometido o homicídio), mas é um caso desesperado. Como o poderia eu encontrar?
– Estou aqui! Estou aqui! – exclamou o Capitão Jarvis.
E contou a notável cadeia de acontecimentos que o haviam levado ao tribunal, e confirmou a história contada pelo homem acusado. Este foi posto em liberdade.

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