Meu pai era um evangelista que viajou a vários lugares para realizar reuniões de avivamento. As viagens eram caras, e o dinheiro que possuíamos era suficiente apenas para as necessidades básicas. Os evangelistas eram pagos somente quando trabalhavam e por conseguinte, a renda de meu pai cessava abruptamente durante qualquer período em que precisasse descansar. Mas a escassez não o impedia de ser generoso.
Lembro de vê-lo partir para falar numa igreja pequenina e voltar para casa 10 dias depois. Minha mãe o recebia com entusiasmo e sempre o deixava falar, só depois perguntava pelo dinheiro. Tenho gravada na memória a expressão de meu pai quando ele sorriu e olhou para o chão.
– Eu… – ele gaguejou.
– Ah, já entendi – ela disse. – Você devolveu o dinheiro novamente, não?
– Myrt, o pastor de lá está atravessando um momento difícil. Seus filhos necessitam de muita coisa. Fiquei com o coração partido. Os sapatos das crianças estão furados na sola e, numa dessas manhãs frias, uma delas foi para a escola sem agasalho.
– Se Deus pediu a você que fizesse isso, tudo bem.
Após alguns dias, o inevitável aconteceu. A família Dobson ficou completamente sem dinheiro. Foi então que o pai os reuniu no quarto para passarem alguns momentos de oração… e a oração foi essa:
“Oh Senhor, Tu prometeste que, se fôssemos fiéis contigo e com teu povo em tempos de bonança, não te esquecerias de nós em tempos de necessidade. Temos tentado ser generosos com aquilo que nos deste, e agora estamos implorando Tua ajuda.”
No dia seguinte, um cheque inesperado de 1.200 dólares chegou pelo correio. Foi assim que aconteceu, várias vezes. Eu vi o Senhor devolver a meu pai tudo o que deu a outros. Aprendi que não podemos exceder a Deus em generosidade!