PERDOAR É LIBERTAR-SE

Se alguém lhe atirasse uma pedra, o que você faria com ela? Você a juntaria e guardaria para atirar no seu agressor em momento oportuno ou a jogaria fora? Trataria dos ferimentos e esqueceria a pedra no lugar em que ela caiu?
Se você respondeu que a guardaria para devolver em momento oportuno, então pense em como essa pedra irá atrapalhá-lo durante a caminhada. Vamos supor que você a guarde no bolso da camisa, onde fique bem fácil pegá-la quando for preciso. Agora imagine como essa pedra lhe causará bastante desconforto.
Fazendo agora uma comparação com uma ofensa qualquer que você venha a receber, podemos seguir o mesmo raciocínio. Se você guardar a ofensa para revidar em momento oportuno, pense em como será um peso inútil a sobrecarregar você. Pense em quanto tempo perderá mentalizando o seu agressor e imaginando planos para vingar-se. Pondere quantas vezes você deixará de sorrir para alguém pensando em como devolverá a ofensa. E se você insistir em alimentar a ideia de revide, com o passar do tempo se tornará uma pessoa amarga e infeliz, pois esse ácido guardado em sua intimidade apagará o seu brilho e a sua vitalidade. Mas se você pensa diferente e quando recebe uma pedrada, trata dos ferimentos e joga a pedra fora, perceberá que essa é uma decisão inteligente, pois agirá da mesma forma quando receber outra ofensa qualquer. Quem desculpa seu agressor é verdadeiramente uma pessoa livre, pois perdoar é libertar-se.
A pedra bruta perdoa as mãos que a ferem, transformando-se em estátua valiosa.
O grão de trigo perdoa o agricultor que o atira ao solo, multiplicando-se em muitos grãos que, esmagados, enriquecem a mesa.
O ferro deixa-se dobrar sob altas temperaturas e perdoa os que o modelam, construindo segurança e conforto.
Perdoar, portanto, é impositivo para toda hora e todo instante, pois o perdão verdadeiro é como uma luz arremessada na direção da vida e que voltará sempre à fonte de onde saiu.

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