Indiciado pela Polícia Federal (PF) sob a suspeita de planejar um golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se diz vítima de uma perseguição e não descarta se refugiar em uma embaixada caso tenha sua prisão decretada ao final do processo penal. Bolsonaro disse que se devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado.
Ele admite ter conversado sobre “artigos da Constituição” com os comandantes das Forças Armadas para “voltar a discutir o processo eleitoral” após o pleito de 2022, mas disse que a ideia logo foi “abandonada”. Bolsonaro nega ter ciência de plano para prender ou matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSDB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O ex-presidente foi indiciado pela PF, mas a denúncia cabe ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Bolsonaro foi citado 533 vezes em relatório da PF sobre o golpe. Se condenado, os crimes atribuídos ao ex-presidente no relatório podem chegar a 28 anos de prisão como pena máxima.