Uma força-tarefa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) encontrou 163 chineses em condições análogas à escravidão trabalhando nas obras da indústria de automóveis elétricos BYD em Camaçari, na Bahia. Tanto a Jinjiang, prestadora de serviços para a construção, como a montadora foram responsabilizadas pela situação e notificadas pelos auditores fiscais do trabalho.
Apesar de a terceirização ser legal no Brasil, a empresa contratante precisa garantir as condições dos trabalhadores quando o serviço for realizado em suas dependências ou em local por ela designado. Por isso, a fiscalização considerou que a montadora chinesa é corresponsável. A força-tarefa entrevistou os operários com a ajuda de intérpretes e investigou contratos e documentos após a Agência Pública trazer à tona denúncias de degradação e agressões no canteiro de obras.
Em nota, o vice-presidente sênior da BYD Brasil, Alexandre Baldy, disse que “a BYD Auto do Brasil reitera seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, em especial no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores. Por isso, está colaborando com os órgãos competentes desde o primeiro momento e decidiu romper o contrato com a construtora Jinjiang”.