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Morre no Rio de Janeiro o cantor Moraes Moreira, aos 72 anos

Morre aos 72 anos o cantor Moraes Moreira. Foto: reprodução/álbum pessoal

Rio de Janeiro – O cantor e guitarista Moares Moreira morreu nesta manhã de segunda-feira (13), aos 72 anos, dormindo, em casa, no bairro da Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo a família, a causa da morte foi um infarto. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do músico.

Moraes Moreira foi um dos fundadores dos Novos Baianos, grupo que reuniu Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes, Baby do Brasil e Luiz Galvão.

Entre seus maiores sucessos estão ‘Sintonia e ‘Pombo Correio’. Em Salvador, ele é considerado o primeiro cantor de trio-elétrico. Moraes Moreira começou a carreira artística tocando sanfona em festas regionais da Chapada Diamantina.

No dia 18 de março, o cantor publicou nas redes sociais um cordel sobre a pandemia do novo coronavírus, enquanto cumpria a quarentena. Leia:

QUARENTENA (Moraes Moreira)

Eu temo o coronavirus
E zelo por minha vida
Mas tenho medo de tiros
Também de bala perdida,
A nossa fé é vacina
O professor que me ensina
Será minha própria lida

Assombra-me a Pandemia
Que agora domina o mundo
Mas tenho uma garantia
Não sou nenhum vagabundo,
Porque todo cidadão
Merece mais atenção
O sentimento é profundo

Eu não queria essa praga
Que não é mais do Egito
Não quero que ela traga
O mal que sempre eu evito,
Os males não são eternos
Pois os recursos modernos
Estão aí, acredito

De quem será esse lucro
Ou mesmo a teoria?
Detesto falar de estrupo
Eu gosto é de poesia,
Mas creio na consciência
E digo não violência
Toda noite e todo dia

Eu tenho medo do excesso
Que seja em qualquer sentido
Mas também do retrocesso
Que por aí escondido,
As vezes é o que notamos
Passar o que já passamos
Jamais será esquecido

Até aceito a Policia
Mas quando muda de letra
E se transforma em milícia
Odeio essa mutreta,
Pra combater o que alarma
Só tenho mesmo uma arma
Que é a minha caneta

Com tanta coisa inda cismo…
Estão na ordem do dia
Eu digo não ao machismo
Também a misoginia,
Tem outros que eu não aceito
É o tal do preconceito
E as sombras da hipocrisia

As coisas já foram postas
Mas prevalecem os reles
Queremos sim ter respostas
Sobre as nossas Marielles,
Em meio a um mundo efêmero
Não é só questão de gênero
Nem de homens ou mulheres

O que vale é o ser humano
E sua dignidade
Vivemos num mundo insano
Queremos mais liberdade,
Pra que tudo isso mude
Certeza, ninguém se ilude
Não Tem tempo, nem idade

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