Começou a ser exibido esta semana um desenho cristão, que já se tornou alvo de contestações e pedidos de retirada da grade da Rede Minas, emissora pública vinculada ao governo de Minas Gerais. O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos acionou o Ministério Público de Minas Gerais, pedindo que a animação educativa “Danizinha Protetora” seja investigada. O órgão denuncia um suposto preconceito de gênero na exibição do desenho animado. O Conselho argumenta que uma propaganda referente à atração infantil com a frase “Menino e Menina: Deus fez os dois para sua glória!”, e com “fundo azul para meninos e rosa para meninas”, pode configurar postura irregular da televisão. O texto ainda apresenta outros elementos que supostamente colocam em risco a liberdade de crença. O pedido é de que o Ministério Público investigue se há preservação da laicidade do Estado e preservação do interesse público em detrimento do privado.
A animação foi criada pela pastora e vice-presidente da Igreja Batista Getsêmani, Daniela Linhares, que declarou que cedeu os direitos autorais da animação “Danizinha Protetora” à Rede Minas. A pastora argumentou que o desenho não teria qualquer relação com religião e não foi financiado pela Igreja Batista Getsêmani. Um abaixo-assinado encabeçado pela Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos em Minas Gerais e por professores eméritos e titulares da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pede a “imediata retirada” do programa “Danizinha Protetora” da grade de programação da Rede Minas. Em seu Instagram, a senadora Damares Alves manifestou indignação ao escrever em letras maiúsculas: “Não é isto? Querem a retirada do programa pois a autora chamou menino de menino e menina de menina? Querem a centura do programa, pois as cores são azul e rosa para representar meninos e meninas? Então o Conselho vai também começar a impedir os chás de revelação do sexo dos bebês no Brasil?”.