Na Nicarágua, o governo intensificou a repressão às organizações sem fins lucrativos e igrejas, cancelando o registro legal de 1.500 entidades, incluindo diversas igrejas cristãs. A medida foi oficializada em um aviso no Diário Oficial, alegando que essas organizações não cumpriram com os requisitos de relatórios financeiros. Entre as organizações afetadas, 695 são grupos religiosos, principalmente vinculados a denominações católicas, evangélicas e pentecostais. Historicamente, o governo de Daniel Ortega tem direcionado sua repressão contra a Igreja Católica Romana, especialmente em regiões onde os líderes religiosos se opõem abertamente aos abusos de direitos humanos cometidos pelo regime. Entretanto, este último movimento representa uma ampliação significativa da repressão para incluir igrejas evangélicas, que até então mantinham um perfil menos político.
Os fechamentos de organizações e a subsequente apreensão de propriedades são justificados pelo governo sob pretexto de combater o terrorismo e a lavagem de dinheiro, mas têm sido amplamente vistos como uma ferramenta para perseguir comunidades religiosas e silenciar a dissidência. Desde junho de 2022, mais de 5 mil ONGs, veículos de mídia e universidades privadas tiveram seus registros legais revogados no país.