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Guerra: exército russo se aproxima da capital Kiev, na Ucrânia

Guerra: exército russo se aproxima da capital Kiev, na Ucrânia. Foto: reprodução/Governo da Ucrânia

*Atualizado às 10h45

A Rússia entra no segundo dia de conflito contra a Ucrânia. Tropas do exército russo se aproximam da capital Kiev, desde a madrugada desta sexta-feira (25). O governo ucraniano acredita que tanques devem atacar a cidade ainda hoje.

Pelo menos duas explosões foram ouvidas na capital. As autoridades municipais soaram alarmes e pedem para que as pessoas procurem os abrigos mais próximos. O Ministério do Interior da Ucrânia informou que os russos atingiram 33 alvos civis nas últimas 24 horas. Duas crianças morreram nos ataques.

O gabinete das Forças Armadas da Ucrânia afirmou que os russos usam um campo de pouso na Belarus para reunir tropas e atacar Kiev. O exército russo avança em direção a capital por diversas direções. O objetivo é cercar e tomar a capital, o que pode acontecer nas próximas horas.

O Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou que as forças russas estão no distrito de Obolon, a alguns quilômetros do centro de Kiev. O governo ucraniano recomendou que os moradores se protejam em locais fechados.

O  Ministério da Defesa da Ucrânia disse em uma rede social que os moradores de Kiev devem “preparar coquetéis molotov”, um tipo de bomba caseira feita com combustível, para deter os invasores. A TV ucraniana transmite instruções de como fazer a bomba.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ordenou uma mobilização militar geral. O Serviço de Guarda de Fronteiras da Ucrânia emitiu um comunicado informando que homens ucranianos, de 18 a 60 anos de idade, estão proibidos de deixar o país pelos próximos 90 dias.

O Ministério de Defesa da Rússia informou que o exército capturou uma ilha no Mar Negro e 82 soldados ucranianos se renderam. De acordo com o governo da Ucrânia, havia 13 guardas de fronteira na ilha que foram mortos por disparos feitos de um navio de guerra russo. A Ucrânia disse que vai prestar homenagem póstuma aos guardas.

Uma agência de notícias da Rússia divulgou que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, quer propor uma negociação com Vladimir Putin. Em um discurso realizado nesta sexta-feira (25), Zelensky afirmou que a invasão russa é como um ataque da Segunda Guerra repetido.

Uma agência de notícias Russa divulgou que o presidente Vladimir Putin está pronto para enviar uma delegação de negociadores a Minsk, na Belarus, para negociar com a Ucrânia. A delegação russa seria composta pelos ministros da Defesa e de Relações Exteriores.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também disse que os países da Europa ainda podem interromper as agressões russas, se agirem rapidamente. O líder ucraniano pediu para que os cidadãos europeus façam protestos para pressionar os governos a tomar medidas mais decisivas.

A União Europeia está preparando uma terceira rodada de sanções contra a Rússia. Os 27 países que compõem o bloco chegaram a um acordo para congelar as posses do presidente Vladimir Putin e do ministro de Relações Exteriores, Sergey Lavrov.

O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, a ONU, afirmou que há relatórios sobre pelo menos 127 vítimas civis na Ucrânia. 25 pessoas foram mortas, e 102, feridas por causa de bombardeios aéreos. A porta-voz da entidade afirmou que esses números provavelmente são subestimados.

O Itamaraty informou que acompanha de perto a situação dos cerca de 500 brasileiros que estão na Ucrânia. Mas o governo brasileiro disse que não tem como realizar uma operação de resgate nesse momento. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a embaixada pretende fazer uma operação por terra para retirar os brasileiros que quiserem sair do país, mas só quando as condições de segurança permitirem.

A invasão na Ucrânia pela Rússia começa a afetar a economia mundial. Os contratos internacionais de venda de trigo aumentaram em 5,7%. Os dois países são responsáveis por 28% do comércio global do grão. O reflexo na alta do trigo poderá ser sentido no bolso dos consumidores aqui no Brasil e impactar o que chega diretamente na mesa dos brasileiros. A inflação pode elevar o preço dos pães, biscoitos e outras massas que dependem do grão para a produção.

O produto deve ficar parado nos portos, por causa da suspensão das rotas marítimas entre os dois países. A Ucrânia anunciou a paralisação de todo transporte comercial feito por navios. Além das massas, a crise também pode aumentar o preço das carnes, principalmente a bovina, pois o trigo é utilizado na ração dos animais.

O conflito entre Rússia e Ucrânia também aumentou o preço dos contratos de venda de petróleo. Pela primeira vez em sete anos, o valor do barril passou da barreira dos 100 dólares.

 

 

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