Rio de Janeiro – A Justiça condenou a mais de 57 anos de prisão, Gilmara de Farias, de 27 anos, e Brena Nunes, de 25 anos, acusadas de torturar e matar a menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de 6 anos. O chocante caso aconteceu em abril de 2021, no bairro Jardim das Acácias, em Porto Real, no Sul Fluminense.
A menina, que era filha de Gilmara e enteada de Brena, foi alvo de uma sessão de espancamento por mais de 48 horas dentro da própria casa. Ela foi agredida com socos, chutes e até chicoteada com fios. Depois, a vítima foi atirada de uma ribanceira.
No relatório do processo, consta que o crime praticado contra a criança tinha requintes de crueldade. Gilmara e Brena passaram a submeter a criança a torturas. “As denunciadas, ao argumento de que a vítima precisava ser educada, passaram a trancá-la em um quarto de onde apenas poderia sair para defecar, sendo que a urina deveria ser feita na própria roupa ou chão”, diz o documento. A menina ficava dias trancada no cômodo recebendo alimentação pela porta, comia apenas uma vez ao dia. No dia 16 de abril, porque Ketelen bebeu leite sem autorização, ela passou a sofrer agressões ainda mais intensas.
Ketelen Vitória chegou a ser hospitalizada, mas sofreu uma parada cardíaca devido à gravidade dos ferimentos e não resistiu. Para se livrar da punição, as duas teriam combinado uma versão de que a vítima teria se machucado sozinha, o que acabou sendo desmentido no atendimento médico da criança. Na decisão, o juiz Cariel Bezerra Patriota, da 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, afirmou que o crime foi “um ato de extrema perversidade”.