O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, demitiu neste domingo (08) os comandantes do Comando de Operações Especiais, COE, coronel André Luis Batista, e do Batalhão de Operações Especiais, coronel Aristheu Lopes, e afastou das ruas 12 policiais do BOPE que participaram de uma operação no Morro do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio, que acabou com a morte do office-boy Herus Guimarães, de 24 anos. De acordo com moradores, outras cinco pessoas ficaram feridas. Todas participavam de uma festa, quando os PM’s chegaram e houve troca de tiros. Nenhuma das vítimas tinha antecedentes criminais.
Quem assume interinamente até esta segunda-feira o BOPE, é o tenente-coronel Jaguaribe Nascimento, que ocupava o cargo de subcomandante do grupamento. No Comando de Operações Especiais assume o tenente-coronel Alex Benevenuto.
Claudio Castro prometeu uma investigação rigorosa para esclarecer os fatos e punir os responsáveis. O governador falou ainda que vai enviar as imagens das câmeras corporais dos policiais para o Ministério Público. O corpo de Herus foi enterrado neste domingo e a mãe dele, Monica Guimaraes, denunciou que os policiais não deixaram socorrer o filho dela e ficaram rindo da situação. Castro prestou condolências aos familiares do rapaz e das demais vítimas da ação da Polícia Militar.
O governador afirmou que as investigações que vão apurar as responsabilidades estão a cargo da Polícia Civil, Corregedoria da Polícia Militar e do Ministério Público, que terá acesso às imagens das câmeras corporais dos PM’s envolvidos na operação. Dos 18 policiais que participaram da ação, 12 foram afastados das ruas por tempo indeterminado. O secretário de Polícia Militar, Marcelo de Menezes, afirmou que os agentes que participaram da operação não observaram os protocolos e procedimentos operacionais da corporação. O secretário disse ainda que o comando da PM não foi informado sobre essa ação.
A Delegacia de Homicídios começou a ouvir os 12 policiais afastados e o delegado responsável, Augusto Lago Garcia, informou que todos serão ouvidos até esta terça-feira (10). A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, enviou um ofício ao Governador Cláudio Castro pedindo informações como: qual foi a motivação da operação, e se houve comunicação prévia com o Ministério Público.
Ontem, depois do enterro do office-boy Herus Guimarães, de 24 anos, moradores fizeram protesto e houve tumulto quando um carro tentou passar pela multidão e um ocupante fez dois disparos com arma de fogo para o alto. O motorista é um policial civil que estava de folga e não teve a identidade revelada. Ele foi preso em flagrante. Contra ele foi aberto um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta. A Polícia Civil divulgou nota oficial sobre essa situação, afirmando “que não compactua com quaisquer desvios de conduta, cometimentos de crimes ou de abuso de autoridade praticados por seus servidores.”