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Rio: transplantados testam positivo para HIV após receberem órgãos infectados

Rio de Janeiro – O Ministério da Saúde investiga a denúncia de que seis pessoas que estavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio receberam órgãos contaminados pelo HIV e agora testaram positivo para o vírus. O incidente é inédito na história do serviço.

A infecção foi descoberta quando um paciente que recebeu um coração via SES-RJ começou a passar mal 9 meses depois do transplante. Após uma bateria de exames, veio o diagnóstico.

As autoridades descobriram que a triagem dos órgãos foi feita pelo laboratório privado PCS Lab Saleme, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que não detectou o vírus e os despachou para o transplante. A unidade foi contratada em uma licitação no fim do ano passado para fazer a sorologia de órgãos doados.

O laboratório foi interditado pela Coordenadoria Estadual de Transplantes e pela Vigilância Sanitária Estadual. O Governo do Rio abriu uma sindicância para identificar e punir os responsáveis.

Outros 288 doadores estão sendo testados pelo Hemorio para saber se há mais casos registrados.

Em nota, a secretaria de saúde disse que considera o caso inadmissível e montou uma comissão multidisciplinar para acolher os pacientes afetados.

Confira a nota da SES-RJ

“A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.

O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.

A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.

Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.

Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no Estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.”

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