Após perceber que as pegadas individuais na areia, eram O Senhor me carregando no colo, sabia que faltava algo.
Apesar da proteção e direcionamento, o corpo ainda continuava pesado e me deixava longe de tocar o céu.
Precisava da leveza da paz, para conseguir flutuar diante das coisas mais complicadas e sombrias que poderiam surgir no caminho.
Foi então que Deus me disse para começar com o perdão. Perdoar e superar tudo que tenha criado feridas na alma, pois assim conseguiria subir um nível.
Não foi fácil e ao olhar para baixo, vi que o chão ficava longe dos meus pés. A cada ferida cicatrizada eu flutuava mais…
Comecei a ser uma pessoa menos amarga, mais esperançosa. Acreditava mais na beleza da alma das pessoas e me tornei bondosa.
Cada tempo que passava a terra firme ficava mais distante.
Chegou um momento em que eu não olhava mais para baixo. O passado não era mais importante. Meu coração se enchia de amor e eu não me importava em receber. Em algum momento ele seria correspondido, pois eu já estava repleta do amor de Deus.
Então estiquei as mãos… senti o vento soprar. As nuvens estavam próximas e eu percebi que erguer a cabeça não é sinal de orgulho, é simplesmente olhar para o Pai.