COMPADECER

“Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem.”
Salmos 103:13

A enfermeira acompanhou um jovem cansado e ansioso até o leito de um senhor idoso.
– Seu filho está aqui – murmurou a enfermeira ao paciente.
Ela teve de repetir as palavras várias vezes até o paciente abrir os olhos.
Ele havia recebido uma forte dose de sedativo, em razão de uma dor no peito causada por um ataque cardíaco.
Com a vista turva, ele viu o jovem em pé, perto do balão de oxigênio.
O paciente estendeu a mão, e o jovem apertou-a com força para transmitir-lhe uma mensagem de ânimo.
A enfermeira colocou uma cadeira ao lado do leito.
O jovem passou a noite toda segurando à mão do ancião e proferindo delicadas palavras de esperança.
O moribundo não disse nada, limitando-se a segurar com força a mão do seu filho.
Quando o dia começou a clarear o paciente morreu.
O jovem colocou a mão sem vida no leito e saiu para avisar a enfermeira.
Enquanto a enfermeira tomava as providências necessárias, o jovem permaneceu ali, esperando.
Ao terminar sua tarefa, a enfermeira virou-se para lhe dar os pêsames.
Mas ele a interrompeu:
– Quem era aquele homem? – perguntou o jovem.
Perplexa, a enfermeira replicou:
– Pensei que fosse seu pai.
– Não, ele não era meu pai.  Nunca o vi em toda a minha vida.
– Então por que você não me contou isso quando o levei até ele? – perguntou a enfermeira.
O jovem respondeu:
– Eu sabia que ele necessitava da companhia de seu filho, e seu filho não estava aqui.  Quando percebi que o seu estado era tão grave que ele não poderia saber se eu era o não o seu filho, compreendi o quanto ele necessitava de mim.

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