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Criança morre após ser diagnosticada com meningite bacteriana

Allana Cecília estava internada no Hospital Municipal Lourenço Jorge. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Rio de Janeiro – Uma criança de 2 anos morreu vítima de meningite bacteriana no Rio. A família acusa o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, de negligência. Os pais de Allana Cecília Aparecida Muniz Nascimento dizem que a menina estava com a caderneta de vacinação completa. A vacina para meningite bacteriana só foi disponibilizada na rede SUS no mês passado.

Allana, que ficou 10 dias internada na unidade, foi enterrada na última quarta-feira (10). A mãe da menina, Alessandra da Silva Muniz, disse que em 30 de julho a filha estava com febre alta e teve convulsão. Os pais a levaram para o Hospital Lourenço Jorge. A médica que atendeu a criança pediu um raio-X, que não mostrou nenhuma alteração. Ela disse que se tratava de “uma gripezinha”, prescreveu xarope e dipirona e liberou Allana.

O quadro de febre alta e convulsão voltou a aparecer no dia seguinte. A menina retornou ao hospital e desta vez ficou internada na emergência. Mas o quadro de Allana só piorava, com problemas no fígado e nos pulmões, quando os médicos começaram a suspeitar de meningite. A criança teve parada cardiorrespiratória e foi intubada.

Ainda não se sabe que tipo de bactéria infectou Allana. Os pais relatam que o atendimento à criança foi muito ruim e que houve negligência médica.

“A gente entrou com a minha filha no dia 30 e fomos liberados. No dia 31 a gente voltou com a minha filha convulsionando durante 45 minutos e fez uma parada respiratória. No dia 1º, falaram para a gente da suspeita de meningite. A pulsão lombar foi feita na quarta-feira (3). O laudo que mostrou que ela tinha meningite só saiu no dia 8, e ela faleceu no dia 9. A minha filha não ficou isolada, ficou na grande emergência junto com outras crianças”, disse a mãe da menina, Alessandra, que é técnica de enfermagem.

Ela lembrou ainda que Allana teve vários episódios de taquicardia, mas os médicos demoravam a aparecer. Ela mesma fazia manobra vagal no pescoço da menina para baixar a frequência cardíaca. O pai de Allana, o pizzaiolo Vinícius Nascimento, diz que faltou empatia e que os médicos foram negligentes. Alessandra e Vinícius doaram os rins da filha.

Infectologistas dizem que casos de meningite bacteriana o afastamento do paciente de no mínimo um metro deve ser respeitado. Mas Allana, segundo a mãe ficou na emergência junto com outras crianças por cerca de dez dias.

A direção do Hospital Lourenço Jorge, em nota, disse que se solidariza com a tristeza da família, mas que fez todo o possível e prestou todo o atendimento necessário a Allana.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) informou, nesta sexta-feira (12), que “todo o cuidado foi prestado à criança, a partir dos sintomas apresentados e para o diagnóstico das causas”, mas que não foi possível reverter o quadro. A nota diz ainda que “se solidariza com a dor da família” e que a direção do Hospital Lourenço Jorge “segue à disposição da família para prestar quaisquer outras informações e ouvir seus relatos”.

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