Volta Redonda – Samuel Melgaço, de 55 anos, é profissional do setor de planejamento naval. Ele foi uma das vítimas da crise no Brasil: ficou sem emprego e há dois anos não sabe o que é trabalhar de carteira assinada. Sem salário fixo na conta, Samuel poderia ter se rendido ao desespero. Mas uma mensagem que recebeu no celular não só transformou a vida dele, como trouxe esperança a dezenas de pessoas de Volta Redonda, no Sul Fluminense. A cidade foi construída ao redor da CSN, uma das maiores siderúrgicas do país. A intensa atividade industrial ainda traz muitas pessoas em busca do sonhado emprego. Quando as portas não se abrem, a desilusão dá espaço ao álcool e drogas. Moradores de rua se multiplicam pelas calçadas do município.
A geladeira solidária está instalada na Rua Paulo Leopoldo Marçal, no bairro Aterrado. Todos os dias, são três tipos de refeição: café pela manhã, almoço e lanche da tarde. A geladeira funciona de 9h30 às 22h, de domingo a domingo. Desde que o projeto começou, em maio, foram distribuídas 3.530 refeições.
Essa corrente do bem conquistou a vizinhança. O aposentado Fernando Parente sempre passava pela geladeira solidária, pensava em ajudar, mas nunca colocava em prática o desejo. Até o dia em que fez a primeira doação e não parou mais. Maria Aparecida, proprietária de uma padaria, todo dia aumenta a produção de pães e bolos e entrega o excedente no ponto de retirada dos alimentos. Quem se beneficia desse gesto de amor, agradece de coração e de barriga cheios.
Desde que a geladeira solidária começou a funcionar, Samuel conquistou a amizade de moradores de rua e famílias necessitadas. Junto ao alimento que fica disponível na calçada para quem precisa pegar, vão outros ingredientes que preenchem o vazio deixado pela vida, como atenção, amor e a palavra de Deus.
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